Percebe-se na atual
conjuntura educacional, uma total falta de articulação entre os conteúdos que
são trabalhados e a real necessidade do que o aluno deve aprender, levando em
consideração o que vai ser cobrado depois nas avaliações externas a que os
alunos serão submetidos, como por exemplo, a provinha Brasil e a Prova Brasil,
que por sinal estará acontecendo este ano. Não
há uma consonância das propostas educacionais nacionais, com a forma como os
conteúdos são organizados nas escolas, de forma que o que está sendo ensinado
acaba tornando-se obsoleto e o que deveria ser ensinado fica entre os conteúdos
que nunca são trabalhados série após serie, devido a falta de tempo no
cumprimento dos conteúdos e por alguns profissionais acharem que estes não são
relevantes para a formação do aluno.
Essa situação fica
mais evidente nas séries iniciais do Ensino Fundamental, como por exemplo, na
disciplina de Matemática, onde conceitos básicos de geometria, fração,
porcentagem e outros são deixados de lado, pois os alunos passam o ano todo
fazendo continhas vazias e abstratas de números aleatórios das quatro operações,
em uma fase em que deveriam estar trabalhando com o concreto, jogos e resolução
de problemas a fim de apreender e compreender os conceitos matemáticos,
desenvolvendo o seu raciocínio lógico. Vale ressaltar que se forem analisadas
as questões da prova Brasil, são justamente esses conteúdos que não foram
trabalhados que vão compor a maioria das questões propostas.
A meu ver, esse
velho discurso, repetido todo inicio de
ano por alguns docentes:” Eles não sabem tabuada, vou trabalhar só em cima das
quatros operações, pois precisam aprender a calcular...” e que geralmente é
executado, tem que ser abolido das escolas. O que vem acontecendo na verdade,
ano após ano, nas séries iniciais, é que o aluno vem sendo tolhido do seu
direito de aprender de forma ampla, condenado a repetir dia após dia, a tabuada
de forma repetitiva, sem nenhum aprendizado significativo. Isso explica o baixo rendimento no 6º Ano e os
altos índices de evasão e repetência, quando este aluno deveria estar colocando
em prática, vários dos conceitos que deixou de aprender nas séries iniciais.
A minha sugestão é
que se faça uma grande discussão, levando todos esses aspectos em consideração,
a fim de reorganizar o conteúdo programático, de forma que esse círculo vicioso não se
mantenha em nossas escolas e nossos alunos possam usufruir de forma plena do
seu direito de aprender.
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